domingo, 28 de novembro de 2010

Operação Amazônia vai custar R$ 180 milhões

Governo fará investimento recorde contra o desmatamento.  PF enviará cerca de 800 agentes para a região e usará uma carreta, equipada com instrumentos de última geração, como delegacia móvel


Edson Luiz


A pressão e as críticas recebidas por causa do aumento do desmatamento estão fazendo com que o governo invista cerca de R$ 180 milhões na Operação Amazônia, que será lançada a partir de quinta-feira, no Pará.  A ação terá duas etapas, sendo que a primeira será de inteligência e a segunda de incursões ostensivas em 11 bases operacionais instaladas em três estados da região Norte.  Só a Polícia Federal deverá empregar cerca de 800 homens na operação, que não tem data para terminar.
Os números do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgados no final do mês passado revelaram que a derrubada de árvores provocou a devastação de cerca de 7 mil quilômetros quadrados de floresta.  As informações pegaram o governo de surpresa, sobretudo pelo fato de a época ser de desmatamento contido nas regiões onde isso ocorre.
Para diminuir os efeitos das críticas que viriam posteriormente, o Palácio do Planalto fez uma reunião de emergência e tomou algumas decisões.  Entre elas, a de proibir derrubadas em 36 municípios onde a situação estava incontrolável.  Mas, mesmo assim, as reações partiram de todos os lados, principalmente de governadores.  O de Rondônia, Ivo Cassol (sem partido), chegou a desafiar a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
Outra resolução da reunião palaciana foi a realização da Operação Amazônia, talvez uma das maiores realizadas tendo à frente a Polícia Federal.  Os investimentos, com certeza, são os mais elevados até hoje aplicados em ações contra crimes ambientais.  A primeira fase contará apenas com recursos da PF, já que utilizará pequenos efetivos em investigações de inteligência, mas a segunda etapa, considerada a mais importante pelo governo, terá um valor que pode chegar a R$ 180 milhões.  Os recursos devem ser liberados esta semana, segundo fontes da PF.
Com o dinheiro, o governo pretende adquirir mais equipamentos que possam ser usados na repressão específica dos crimes ambientais.  Hoje, por exemplo, juntando os helicópteros disponíveis nas PF e na Polícia Rodoviária Federal, além do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos naturais renováveis (Ibama), principais envolvidos nas ações, não daria para cobrir nem 10% das regiões sob risco.
Delegacia móvel A PF já está deslocando efetivos para a Amazônia.  A última turma formada na Academia Nacional de Polícia (ANP), de 700 homens, foi praticamente toda deslocada para a área.  Mais policiais devem seguir para a região ainda este mês.  A PF vai adquirir trailers que servirão de acampamento para os policiais e comprou uma carreta que já está na região, funcionando como uma delegacia móvel, com equipamentos de última geração, que serão usados na localização de áreas devastadas.

No início do mês, a Polícia Federal definiu que as bases operacionais serão instaladas em Vilhena (Rondônia), Várzea Grande, Barra do Garça, Sinop e Vila Rica (Mato Grosso) e em Altamira, Itaituba, Castelo dos Sonhos, Xinguara, Marabá e Porto de Moz (Pará).
Durante a semana, a polícia ambiental paraense desencadeou uma grande operação na região de Tailândia, no sul do estado, para coibir o desmatamento ilegal.  A madeira apreendida daria para lotar 500 caminhões, segundo as autoridades.

Fonte: Amazônia

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