Guia para fazer o bem (acesse na íntegra essa reportagem inétida realizada pela revista VEJA em Dezembro de 2001, sobre o terceiro setor (filantropia) no Brasil.O grau de maturidade econômica de uma sociedade pode ser aferido com a ajuda de índices conhecidos, como o produto interno bruto do país. O estágio de maturidade política também conta com alguns indicadores. Um deles é a ocorrência seqüenciada de eleições livres, sem sustos nem sobressaltos. E como descobrir o grau de maturidade social de uma nação? Índices que medem a violência e a criminalidade são úteis para a avaliação. Mas de um tempo para cá surgiu um dado novo: a taxa de envolvimento das pessoas com o trabalho social. Não que a filantropia seja novidade ou invenção moderna. Mas a onda do bem tornou-se um fenômeno especialmente notável nos últimos trinta anos.
Nos países mais civilizados, a presença da filantropia, também chamada de terceiro setor, é mais perceptível. Nas nações menos desenvolvidas socialmente, o trabalho voluntário é mais embrionário. O Brasil está num meio-termo. Do ponto de vista do resultado financeiro, está entre os países que menos investem no social. Mas, quando se analisa o voluntariado pelo exército envolvido, alguma coisa espantosa está acontecendo. Há milhões de brasileiros dedicando-se a tarefas sociais, e é em razão desse trabalho que VEJA decidiu preparar esta edição especial.
Nos últimos anos, empresários pegaram firme na questão da responsabilidade social e até criaram institutos para ensinar, uns aos outros, como dar eficiência e direção a seus projetos. Associaram-se em fundações que captam recursos e orientam trabalhos. Passaram a se relacionar com ONGs que têm o material humano e as estratégias para alcançar quem mais necessita. Muitos estimularam seus funcionários a se envolver em causas sociais. Outros foram estimulados pelos empregados a olhar para os desfavorecidos. O Brasil tem, segundo critérios do IBGE, mais de 20 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza. Devagarzinho, a tropa de voluntários pode fazer diferença nos cenários de fome e miséria.
Para os que recebem ajuda, essa multiplicação de fontes é bem-vinda, mas ainda está longe de representar uma solução. Por isso, é preciso divulgar esses projetos, identificar esses doadores, apontar os pequenos sucessos que, juntamente com os outros pequenos sucessos, começam a fazer do Brasil um país diferente.
Esta edição especial de VEJA foi realizada com esse propósito. Cumpre um pedacinho da missão de solidariedade que cabe a todos. É um trabalho jornalístico típico. Joga luzes sobre alguns anônimos desse mundo e expõe os bons exemplos. Bem-vindos todos os que quiserem entrar nessa corrente.
Fonte: Revista Veja. | |
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